Aparti do ano de 1520, com o surgimento das Igrejas protestantes, sendo a 1º delas, chamada de Luterana, fundada pelo ex-Padre MARTINHO LUTÉRO, passou a existi muitas dúvidas, questionamentos, e acusações contra as Doutrinas da Igreja Católica. E umas dessas dúvidas, acusações seria: Será que existe a intercessão? Em primeiro lugar, é preciso deixar bem claro, a diferença entre o culto de (latria, dulia e hiper-dulia). Algumas igrejas protestantes confundem o culto que nós católicos tributamos aos santos, com o culto que se deve somente a Deus. Para introduzir o assunto da intercessão dos santos, é necessário então, esclarecer a diferença que existe entre os cultos de "latria". "dulia", "hiperdulia"
Em grego, o termo "douleuo" significa ( "honrar" venerar, carinho, respeito,) e não "adorar" CULTO DE ADORAÇÃO. No sentido verbal, adorar (ad orare) significa simplesmente orar ou reverenciar a alguém. Prestar-lhe culto de LATRIA-ADORAÇÃO-DIVINIZAR.
A Sagrada Escritura usa o termo "adorar" em várias acepções, tanto no sentido de douleuo, CULTO DE DULIA, HONRAR, VENERAR, como de latria, (ADORAÇÃO, como aqui demonstrado através da Bíblia. "Tu adorarás o teu Deus" (Mt 4, 10) "Abraão, levantando os olhos, viu três varões em pé, junto a ele. Tanto que ele os viu, correu da porta da tenda a recebê-los e prostrando em terra os adorou" (Gn. 18,2). Eis os dois sentidos bem indicados pela própria Bíblia: adoração suprema, devida só a Deus; (Mt 4, 10) e adoração de reverência, culto de dulia, veneração, honrar, devida a outras pessoas.
A Igreja católica, no seu ensino teológico, determina tudo isso com uma exatidão, a adoração, do lado de seu objeto, divide-se em três classes de culto:
O culto de latria é o culto que se deve somente a Deus, e consiste em reconhecer nele, a divindade, prestando uma homenagem absoluta e suprema, como criador e redentor dos homens. Ou seja, reconhecer que ele é o Senhor de todas as coisas e criador de todos nós, etc. O culto de dulia é especial aos santos, como sendo amigos de Deus. O culto de hiper-dulia é o culto especial devido a Maria Santíssima, como Mãe de Deus.
Por falta de CONHECIMENTO DAS DOUTRINAS da Igreja CATÓLICA, muitos não conhecem que a Intercessão dos Santos é uma verdade que é professada desde os primórdios do cristianismo, e que as ESCRITURAS, atestam a sua veracidade, nela consiste que os heróis da fé, que constituem a Igreja triunfante, intercedem junto a Deus, por aqueles que ainda estão terminaram a corrida, estes constituem a Igreja Militante. Muitas religiões negam esta verdade, por não acreditarem que após a morte os heróis da fé. ( OS SANTOS) podem interceder por nós.
O primeiro testemunho da Sagrada Escritura da intercessão dos Santos após a morte, está no livro do profeta Jeremias: "E o Senhor disse-me: ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, a minha alma não se inclinaria para este povo; tira-os da minha face e retirem-se" (Jer 15, 1). No tempo de Jeremias, estavam mortos Moisés e Samuel, mas sua possível intercessão é confirmada pelas palavras do próprio Deus: "ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim...". Com efeito, Moisés e Samuel poderiam se colocar diante de Deus para pedir clemência para com aquele povo. Portanto, está clara a possibilidade da intercessão após a morte.
O segundo testemunho da intercessão dos santos após a morte está no segundo livro dos Macabeus: "Parecia-lhe [Judas Macabeu] que Onias, sumo sacerdote [...] orava de mãos estendidas por todo o povo judeu [...] Onias apontando para ele, disse: 'Este é amigo de seus irmãos e do povo de Israel; é Jeremias, profeta de Deus, que ora muito pelo povo e por toda a cidade santa". (II Mac 15, 12-15). No tempo de Judas Macabeu, o sumo sacerdote Onias já era falecido, e além de estar orando por todo o povo de Israel, também a aponta para Jeremias, também falecido e que o acompanhava nas orações em favor dos israelitas. Aqui a Sagrada Escritura dá testemunho da intercessão de Onias e Jeremias, ambos falecidos.
Também Nosso Senhor Jesus Cristo, na parábola do Rico e Lázaro (Lc 16: 19-31), nos mostra que mesmo após a morte o Rico (que estava no inferno) pede a intercessão de Abraão (que estava no céu), pelos seus parentes. Jesus não contaria esta parábola se os santos que morreram na esperança do Senhor, não pudessem interceder pelos vivos.
O livro do apocalipse é o livro que mais detalha o serviço que os Santos prestam a Deus. Eles se ocupam na oração (cf. Ap 5:8). Mas por que será que eles oram? Oram por nós, que ainda estamos na caminhada. Encontramos também a seguinte passagem: "Quando abriu o quinto selo, viu sob o altar as vidas dos que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e do testemunho que dela tinham prestado. E eles clamaram em alta voz: 'Até quando, ó Senhor santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando nosso sangue contra os habitantes da terra?' Veja, aí, os ELEITOS, NO CÉU, PEDINDO A DEUS ALGO, CONTRA OS MALFEITORES AQUI NA TERRA. " (Ap 6:9-10 ). Os Santos estão pedindo por justiça e podem fazê-lo porque estão na presença de Deus. E não só podem orar como oram e oferecem suas orações a Deus:
"Outro Anjo veio postar-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro. Deram-lhe uma grande quantidade de incenso para que o oferecesse com as orações de todos os santos, sobre o altar de outro que está diante do trono." (Ap 8:3). Portanto, pelos exemplos já aqui citados, fica mais do que claro, que os Santos não só podem como também intercedem por nós. E por estarem nos assistindo pela Graça do Senhor (cf. Hb 12:1), também podem ouvir nossos pedidos de orações.
"Orai uns pelos outros, para serdes salvos, porque a oração do justo, sendo fervorosa, pode muito" (Tiago 5, 16) Orar quer dizer prestar homenagem, louvar, exaltar, suplicar, embora nem toda homenagem seja uma oração, como já vimos. "Tomai sete touros... e ide a meu servo Job... o meu servo Job... orará por vós e admitirei propício a sua face" (Job 42, 8). Neste trecho, Deus não apenas permite, mas ordena "ide", e promete escutar a prece que Jó há de fazer em favor dos seus amigos. Nosso Senhor nos manda "Orar uns pelos outros" (Mt 5, 44). S. Tiago nos ordena de "orar uns pelos outros" (Tiago. 5, 16). S. Paulo diz que "ora pelos colossenses" (Col. 1, 3).
No evangelho de S. Mateus. 22, 30, Jesus Cristo ensina que os "santos são como os anjos de Deus no céu". Zacarias diz: "que o anjo intercedeu por Jerusalém ao Senhor dos exércitos" (Zacarias 1, 12 -13). Os justos, os santos e os anjos do Céu se interessam pelos homens, intercedem pelos homens, e devem ser invocados e louvados.
O arcanjo Rafael diz a Tobias: "Quando rezavas com lágrimas, e sepultavas os mortos eu ( Rafael ) oferecia tua oração a Deus. Olhe aí a intercessão dos que estão no céu. " (Tobias. 7, 12) S. Paulo, na mesma carta em que declara Jesus como único mediador entre Deus e os homens, indica também mediadores 'secundários' (Iº Tm 2, 1-5): "Recomenda que façam preces, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens..." Pois, fazer orações por outros, é de fato, ser intercessor e mediador entre Deus e os outros.
A própria Bíblia aplica o título de mediador também a Moisés (Dt 5, 5): "Eu fui naquele tempo intérprete e mediador entre o Senhor e vós". Todos estes trechos demonstram, inequivocamente, a intercessão dos santos após a morte. Para provar que os santos zelam e intercede pelos vivos, você argumentou muito bem citando o caso dos ossos de Eliseu, que ressuscitaram um morto. (IV Reis, XIII, 21).
Poder-se-iam citar outras passagens ainda. Lembro-lhe, antes de tudo, que Deus se dizia o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus DOS VIVOS, quando eles já estavam mortos "Lembra-te de Abraão, de Isaac e de Israel, teus servos, a quem por ti mesmo juraste (Êxodo. XXXII, 11).
No livro de Jó se lê que Deus disse aos amigos de Jó que o recriminavam injustamente: "Tomai, pois, sete touros e sete carneiros, ide ao meu servo Jó e oferecei um holocausto por vós, e o meu servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão para que não se vos impute essa estultícia" (Jó, XLII, 8). Portanto, Deus colocou Jó como intermediário entre Ele e os amigos de Jó. Outro exemplo é o de Abraão que intercedeu por Sodoma, e Deus aceitou a sua intercessão. (Gen. 18, 26-32).
Também Lot intercedeu por Segor (Gen XIX, 21). E o próprio Deus disse a Abimelec: "Agora, pois, entrega a mulher a seu marido, porque ele [Abraão] é profeta; e rogará por ti e tu viverás" (Gen XX, 7). Portanto, Deus anuncia que Abraão será intercessor por Abimelec e que Deus, por isso, o atenderá. E no livro dos Números se lê que Moisés intercedeu pelo povo e que Deus o atende: "Entretanto levantando-se uma murmuração do povo contra o Senhor, como de quem se queixava de fadiga. O Senhor, tendo ouvido isso, irou-se. E o fogo do Senhor, aceso contra eles, devorou uma extremidade do acampamento. O povo tendo chamado Moisés, Moisés orou ao Senhor e o fogo extinguiu-se" (Num. 11, 1-3). E quando Israel combatia se Moisés intercedia pelo povo, Deus dava a vitória às armas de Israel;
"E quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel vencia, mas se as abaixava um pouco, Amalec levava vantagem" (Êxodo. XVII, 11). No Novo Testamento você poderá ler que os dois primeiros milagres de Cristo foram feitos a rogo de Nossa Senhora, por intercessão da Virgem Maria.
Se São Paulo constantemente pedia a oração dos fies uns pelos outros, e até por ele, como ao morrer se passa para o HOJE eterno, -- que não é um estado de zumbinismo, e sim "o seio de Abraão", o céu, é claro que esse poder da oração diante de Deus continua, e é até mais poderoso, após a morte, porque senão teríamos mais poder de interceder pela oração.
Os Santos no céu estão na mesma condição dos Anjos, pois conservam as suas naturezas individuais e intelectuais, e possuem a mesma Luz divina na qual vêem á Deus, e em Deus e tudo que a sua mente pode conhecer “Na tua Luz veremos a Luz” – (Sl. 35,10). Por isso, a Bíblia afirma que os santos “julgarão o mundo” (1º Coríntios. 6, 2). Para fazerem esse julgamento devem conhecer os atos nele praticados. Portanto, os santos conhecem as nossas precisões e intercedem por nós como nossos amigos junto de Deus. É possível demonstrar pela Bíblia que os anjos e santos nos ajudam.
- De fato, a Bíblia se refere aos Santos Anjos a executar vários ofícios religiosos para conosco. Assim, ora ela os apresenta oferecendo a Deus as nossas orações (Apoc. 8,3-5); ora, rogando a Deus por nós (Zac. 1,12-13); ora ainda sendo eles rogados por varões justos. (Gên. 19,17 a 21; 48,15-16; Os. 12,5) Eles foram, por isso, venerados por homens justos. (Gên 18,2; 19,1-2; Núm. 22,31; Jos. 5,13-15) Podemos, pois, e devemos venerá-los (não adorá-los, propriamente falando - Apoc. 22,8-9) e pedir-lhes a proteção, pois a Bíblia afirma que eles exercem um “ministério” em favor da nossa salvação. (Heb. 1,14)