Diz a Sagrada Escritura: "O justo cai sete vezes por dia" (Provérbio. 24 16). E se o próprio justo cai sete vezes, que será do pobre que não é justo? "Não há homem que não peque" (Ecl 7, 21). "Aquele que diz que não tem pecado faz Deus mentiroso" (1º João. 1, 10). O "Livre Arbítrio" humano permite ao homem realizar atos contrários ao seu criador.
O pecado traz várias conseqüências na vida do homem.
Julgamento. O julgamento que veio sobre Adão quando este pegou é imputada a toda raça humana. Por isso, todos deverão comparecer diante do tribunal de Cristo para prestar contas dos seus Atos. (2º Co 5.10. Romanos. 14.10)
Condenação. O pecado traz para o homem condenação (Jo 12,48). Quem desobedece à palavra é julgado pela palavra.
Culpa. O pecado traz culpa. O pecador fica culpado diante de DEUS.Daí razão do seu julgamento e condenação. (Tg 2.9,10)
Morte. O pecado traz morte física e espiritual. Morte é separação e quem vive em pecado esta separado de DEUS.O pecado é morte(Rm 6.23;Ap 20.14)
Morte física. O homem foi criado a imagem e semelhança de DEUS como um ser imortal. Ele não morreria se não desobedecesse ao Senhor. Porém a sentença depois da desobediência foi cumprida. (Gn 2.17) Adão não morreu imediatamente, mas, a partir daquele momento ele ficou sujeito à morte física.
Morte espiritual. Esta é entendida como separação entre DEUS e o homem. No momento em que Adão desobedeceu a DEUS, ele morreu espiritualmente, pois perdeu a comunhão com o Criador. (Ef 2.1)
Morte eterna. Esta é a conseqüência da morte espiritual, também chamada a " segunda morte" (Ap 20.6).Para fugir desta morte é necessário que o homem reate sua comunhão com DEUS através de Jesus Cristo(Jo 11.26)
“Nesta porta do Senhor, só o justo pode entrar” (Sl 117, 20). "Não sabeis que os pecadores não possuirão o reino de Deus?" (1º Cor 6, 9). Portanto, para entrar no Reino de Deus, é necessário obter o perdão dos pecados. Deus, no seu amor paternal, deseja que todos os pecadores voltem para junto dele.
Ele quer que nos afastemos dos nossos pecados, que nos convertamos a ele, nosso supremo Senhor e fim eterno. Jesus Cristo nos diz no Evangelho: “Fazei penitência, pois o Reino dos Céus está perto.” (Mateus. 4,17). Mas para nos ajudar a fazer a penitência, Deus nos dá uma virtude especial para que tenhamos forças para nos arrependermos de nossos pecados.
Essa força especial é a Virtude de Penitência. Pela virtude de Penitência, da confissão, que Deus coloca no nosso coração, Ele nos leva a reconhecer toda Sua bondade, toda Sua santidade e como nós O ofendemos e O deixamos triste quando cometemos nossos pecados. Só mesmo conhecendo a Santidade, a Justiça e o Amor de Deus é que podemos reconhecer como nossos pecados ofendem a Deus. Deus quer que tenhamos grande arrependimento por nossos pecados.
Arrepender-se quer dizer não querer de maneira nenhuma continuar com a alma manchada pelo pecado, sentir uma dor profunda por ter traído a bondade de Deus, ter ofendido e entristecido a Deus, que nos ama tanto. Na nossa família nós temos um bom exemplo do que é o arrependimento, quando deixamos nossos pais tristes e ofendidos.
Logo vem aquela dor, aquela vergonha e, ao mesmo tempo, a certeza de que eles vão nos perdoar se pedirmos desculpas, porque sabemos que eles nos amam muito. É preciso ter muito amor a Deus, e um profundo sentimento de dor por todas as ofensas, pecados, e atos que comentemos diante da misericórdia do Senhor.
O sacramento da Confissão ou reconciliação nos liberta, pois o pecado nos escraviza, aumenta a nossa confiança em DEUS, e faz sentir mais viva a presença e o amor de DEUS. O sacramento da Confissão nos devolve a graça do batismo que perdemos ao cometer pecados. A confissão ajuda a repartir a angústia, o remorso do pecado que nos atormenta e nos levam a descobrir novos caminhos de libertação e felicidade. No plano psicológico também nos ajuda libertar de doenças por causa da paz de espírito que ele nos proporciona.
Na tarde do dia da Ressurreição, apareceu Jesus aos Apóstolos e lhes disse: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim envio-vos eu. Depois destas palavras soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoares os pecados, lhes serão perdoados, e a quem os retiverdes, lhes serão retidos” (Jo 20, 19-23). Jesus Cristo, no seu amor, vem em auxílio do pecador por meio de um Sacramento especial. Durante sua vida terrena, perdoou aos pecadores arrependidos, e na Cruz expiou a culpa de toda a humanidade.
No dia da sua Ressurreição, deu aos Apóstolos e aos seus sucessores no sacerdócio, o poder de perdoar os pecados em seu nome. Instituiu assim o Sacramento da Confissão ou Penitência e o confiou à sua Igreja
Quando o Sacerdote nos absolve, Jesus Cristo, nosso Redentor, nos perdoa todos nos nossos pecados. Nós, que estávamos afastados de Deus pelo pecado, somos reconciliados com o Pai Celeste, pelo perdão do pecado e da pena eterna. A Confissão nos restitui, nos devolve a graça santificante, a amizade de Deus, bem como os méritos que perdemos por causa do pecado. A Confissão nos traz muitas forças para não mais pecar.
Temos, porém, que manter em mente que a nossa fé não é baseada apenas na Bíblia, já que a Bíblia é filha da Igreja, não sua mãe. Mesmo assim encontramos na Escritura dados suficientes para corroborar a Tradição Oral e o
Jesus, dentre todos os que o seguiam (multidões!), escolheu doze apóstolos. Este número corresponde ao número de tribos de Israel, Povo de Deus. A Igreja, fundada sobre os apóstolos. (Cf. Ap. 21,14.. 1º Cor 3,10 e Ef. 2,20), é o novo Povo de Deus (como Deus não volta atrás, a Antiga Aliança continua válida, embora incompleta, para os judeus). A estes doze, e apenas a eles, Jesus deu o poder de perdoar os pecados. (Jo 20,21-23). Note que ele deu este poder apenas aos apóstolos, e o fez depois de Sua Ressurreição.
Não faria sentido dar este poder se isto não fosse necessário. O próprio São Paulo nos lembra da necessidade e da origem deste sacramento. (2º Cor 5,18). Mas não faria sentido que este poder acabasse na geração dos apóstolos. Afinal, por que nós precisaríamos menos do perdão dos pecados que a gente daquele tempo? É por isso que este poder foi transmitido aos sucessores dos Apóstolos, que seguiram a transmiti-los.
A Igreja tem a sucessão de São Pedro, a quem Jesus entregou as chaves do Céu e a missão de apascentar o Seu rebanho. Desde então a Igreja tem ciosamente guardado a doutrina de Cristo e ministrado os Sacramentos por Ele instituídos como meios para nossa salvação.
O poder de perdoar os pecados, porém, não deve ser conferido a qualquer um (1º Tm 5,22), ainda que o valor do Sacramento independa da santidade pessoal do sacerdote (Rom 5,11). O objetivo é evitar escândalos causados por pessoas despreparadas, que não abraçam a graça a eles conferida pelo Sacramento da Ordem. (1º Timóteo. 4,14).